até então estava escondida , veio surpreender-me com seu
poder de claridade.
A mulher simples, mãos calejadas de lida rotineira,
mulher que aprendeu a curar as dores do mundo
a partir de meus joelhos esfolados de quedas e estrepolias.
Aquela mulher, minha mãe, rosto iluminado pela labareda que tinha origem no fogão de lenha. Trazia consigo o dom de me devolver a calma, que a vida tantas vezes insistiu em me roubar.
Aquela cena: mulher, fogão de lenha, panela preta escondendo a brancura de um arroz feito na hora. É uma das cenas mais preciosas que meu coração não soube esquecer.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgptHrbLrpZgeFXYH6MH_aYp1ZnoYa5vwKHsPNB4IIzwLINJiztkA4D4TkEk4vo0cj4R2B-K3ZKWC41HtgX4lYu3AMBWrwWQ1D0HJaENsftKKyyxFyqcRwU8ZHi6y9ZJqB_B-AeWHbnOxi2cOgeeLZ67DlRZ4Tym_fLykbqUTq1bO4dNufRfd-zaQnhWA/w640-h426/Saudade%20de%20m%C3%A3e.Poema.jpg)
Como se um fio nos costurasse de novo ao colo da mulher que primeiro nos segurou na vida e agora nos pudesse regenerar.
Saudade de mãe é ponte que nos favorece um retorno a nós mesmos;
travessia que borda uma identidade muitas vezes esquecida,
perdida na pressa que nos leva.
Saudade de mãe é devolução, é ato que restitui o que se parte;
é luz que sinaliza o local do porto,
é voz no ouvido a nos acalmar nas madrugadas de desespero e solidão,
através de uma frase simples: Dorme meu filho! Dorme!
Hoje, nesse dia em que a vida me fez criança de novo,
neste instante em que esta cena feliz tomou conta de mim,
uma única palavra eu quero dizer: Oh minha mãe, que saudade eu sinto de você!”
(Padre Fábio de Melo)
Deixe o primeiro comentário